Deputados descartam a votação sigilosa para permitir a instauração de ação penal.

Por Luiz Barbiéri, Paloma Rodrigues


  • A PEC da Blindagem foi aprovada dos dois turnos de votação. Eram necessários 308 votos para a aprovação. O placar foi de 353 a 134 no primeiro turno. E 344 a 133 no segundo.

  • Agora, a Câmara ainda precisa votar 2 destaques antes de a matéria ir para o Senado.

  • O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), já afirmou que o texto não passará pelo colegiado.

  • A aprovação da PEC foi negociada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) para encerrar um motim de deputados da oposição que ocuparam a Mesa Diretora em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

PEC da Blindagem: deputados retiram do texto previsão de votação secreta para autorizar abertura de ação penal

PEC da Blindagem: deputados retiram do texto previsão de votação secreta para autorizar abertura de ação penal

Os deputados aprovaram na madrugada desta quarta-feira (17) um destaque – sugestão de alteração – que retirou da PEC da Blindagem a previsão de votação secreta para autorizar a abertura de processos contra parlamentares.

Depois da votação, que foi considerada uma derrota pelo Centrão e por outros apoiadores do texto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encerrou a votação sem concluir a análise da matéria.

Foi mantida na proposta, no entanto, a previsão de votação secreta para relaxar a prisão dos parlamentares presos em flagrante por crimes inafiançáveis.

O destaque foi apresentado pelo partido Novo. Para manter o texto, era preciso que os apoiadores dessem 308 votos favoráveis, mas conseguiram apenas 296 votos. Com isso, o trecho foi suprimido.

A autorização para processar deputados e senadores em votação secreta era o principal ponto da PEC. Restam ainda dois destaques para votação. Finalizada esta etapa, o texto vai para o Senado.

Medidas cautelares

A PEC explicita que os parlamentares só serão alvo de medidas cautelares expedidas pelo STF e não de instâncias inferiores.

No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, os autos serão enviados à Câmara ou ao Senado dentro de 24 horas, para que, pelo voto secreto da maioria de seus membros, se autorize ou não a prisão e a formação de culpa do parlamentar.

Foro privilegiado

A PEC amplia o foro privilegiado para contemplar também presidentes de partidos com representação no Congresso Nacional.

Dessa forma, nas infrações penais comuns, os presidentes de partidos serão processados e julgados originariamente no STF, assim como o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, ministros do STF e o Procurador-Geral da República.

“Essa PEC em hipótese nenhuma trata de defender privilégios individuais. Trata de resguardar garantias constitucionais. A imunidade material e formal são instrumentos indispensáveis para que cada deputado e senador possam exercer suas funções com independência sem temer perseguições políticas ou intimações externas”, afirmou o relator, Claudio Cajado (PP-BA).

Discussão e votação de propostas legislativas. — Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

Discussão e votação de propostas legislativas. — Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados



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