Padilha cancela viagem aos EUA em resposta às limitações do governo Trump.

Por Redação g1 — São Paulo


  • O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que restrições impostas pelos Estados Unidos impediram a participação dele na Assembleia Geral da ONU e em outros eventos nos EUA na próxima semana.

  • O governo Trump impôs restrições de circulação ao ministro no país.

  • Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como “inaceitáveis” e “uma afronta” que, na prática, inviabilizam a sua presença no evento.

  • Em entrevista ao Estúdio i, o ministro afirmou que as restrições não são contra ele como pessoa, mas sim “ao ministro da Saúde do Brasil”, e o impediriam de participar de uma reunião crucial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, e de uma série de encontros bilaterais fora da estrutura da ONU.

  • Padilha revelou que planejava anunciar no evento um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da organização para a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais baixos para todo o continente americano.

Padilha desiste de viajar para os Estados Unidos

Padilha desiste de viajar para os Estados Unidos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar para os Estados Unidos, afirmando que as restrições impostas pelo país impediram a participação dele na Assembleia Geral da ONU e em outros eventos na próxima semana.

Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como “inaceitáveis” e “uma afronta”.

“Inaceitável as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados”, disse Padilha.

Em entrevista ao Estúdio i, Padilha afirmou que as restrições não são contra ele como pessoa, mas sim “ao ministro da Saúde do Brasil”, e o impediriam de participar de uma reunião crucial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, e de uma série de encontros bilaterais fora da estrutura da ONU.

“As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte”, declarou Padilha.

As restrições impostas a Padilha pelos EUA são:

  • Circulação restrita: o ministro só pode circular em um perímetro de cinco quarteirões em Nova York, ao redor de seu hotel, da sede da ONU e da missão do Brasil;
  • Proibição de viagem: ele foi impedido de se deslocar de Nova York para Washington, o que inviabilizou sua participação na Assembleia Geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas);
  • Necessidade de autorização prévia: para qualquer agenda fora do perímetro permitido, o governo brasileiro precisaria solicitar uma autorização com 48 horas de antecedência ao governo dos EUA para análise.

“Eu recebi o visto hoje, naquilo que é obrigação de um país que tem um acordo sede com organismo internacional da ONU e da OPAS, que tem que garantir o acesso de uma autoridade convidada para esse evento. Então recebi o visto hoje. São dois momentos, tanto a Assembleia Geral da ONU, quanto a assembleia geral da OPAS”, afirmou Padilha na terça.

O que as restrições impedem

Segundo o ministro, a proibição de se deslocar de Nova York para Washington é o ponto mais grave, pois o impede de ir à Assembleia Geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

Padilha revelou que planejava anunciar no evento um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da organização para a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais baixos para todo o continente americano.

Além disso, ele seria impedido de participar de reuniões como presidente da parceria dos Brics na área da saúde e de encontros do G20 e do Mercosul, que muitas vezes ocorrem em embaixadas, fora do perímetro da ONU. Visitas a hospitais e reuniões com indústrias americanas que pretendem investir no Brasil também seriam inviabilizadas.

Críticas aos EUA

Padilha informou que enviou uma “nota dura” aos integrantes da Opas, na qual critica a postura atual do governo americano. No texto, ele afirma que o espírito de cooperação dos EUA “não sucumbirá à sombra de obscurantismo e de negacionismo que paira sobre o país atualmente”.

O ministro afirmou que a “atitude absurda” dos EUA não intimidará o Brasil e que a resposta será atrair mais investimentos para a produção de vacinas e tecnologia no país. “Nossa ação internacional vai continuar. Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência, da defesa da vacina […] esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir.”

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, concede entrevista coletiva após participar da assinatura do programa "Agora tem Especialistas" em cerimônia realizada no Instituto Fernandes Figueiras, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (2). — Foto: PAULO CARNEIRO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, concede entrevista coletiva após participar da assinatura do programa “Agora tem Especialistas” em cerimônia realizada no Instituto Fernandes Figueiras, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (2). — Foto: PAULO CARNEIRO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO



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