Julia Duailibi é comentarista de política da GloboNews.
Aliados de Bolsonaro admitem tentativa de romper a tornozeleira, mas alegam surto e negam fuga
Violação do aparelho foi argumento usado por Alexandre de Moraes para prender o ex-presidente. Defesa quer fazer valer a versão de que ato foi motivado por privação de sono ou remédios.
São Paulo
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A defesa de Jair Bolsonaro (PL) deve alegar que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica durante um surto causado por privação de sono ou remédios.
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O objetivo é dissociar o fato – que deve ser comprovado pela perícia da Polícia Federal – de uma tentativa de fuga do ex-presidente, que suspeitaria de escutas no aparelho.
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Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) em sua casa em Brasília, onde cumpria prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares.
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Para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a violação da tornozeleira e a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visavam a garantir que o ex-presidente fugisse.
Julia Duailibi: Aliados admitem complicação com tornozeleira
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) deve alegar que o ex-presidente rompeu a tornozeleira eletrônica durante um surto.
O objetivo é dissociar o fato – que deve ser comprovado pela perícia da Polícia Federal – de uma tentativa de fuga.
Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) em sua casa em Brasília, onde cumpria prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares na investigação sobre tentativa de impedir o julgamento da tentativa de golpe.
Ao decretar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou uma violação da tornozeleira de Bolsonaro à 0h08.
Para Moraes, a informação “constata a intenção do condenado [Bolsonaro] de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga”, que seria facilitada pela vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a frente do condomínio do ex-presidente.
Aliados admitem que Bolsonaro tentou violar a tornozeleira, mas querem fazer valer a versão de que a ação está relacionada a privação de sono ou interferência de medicamentos. Um aliado afirma que o ex-presidente acreditava haver equipamento de escuta nao aparelho.
Um dos argumentos será o de que o episódio aconteceu na madrugada, muitas horas antes do início da vigília.